domingo, maio 14, 2006

Sofazão

Após quase quatro meses desde o dia que nos mudamos, finalmente temos sofá. A brincadeira toda me custou AU$870 porque é impossível ir ao Ikea sem comprar uma outra coisinha qualquer que você (acha que) precisa. Só de sofá foram uns 700 dólares mas olha que belezura de sofá! agora só faltam mesa de centro, aparelho de som, poltrona, estantes e outro aumento de salário.

Acabei me acostumando a receber semanalmente e agora que voltei a ser pago no início do mês, estou sofrendo um pequeno problema de liquidez. Quando fiz as contas de quanto eu ia ganhar no novo emprego achei que estava rico, abastado. Quando cheguei no caixa e meu cartão foi rejeitado paguei mico, abestalhado. Não há de ser nada: arrumei outro hobby que vai me poupar dinheiro nos finais de semana.

Por insistência da Debbie, no sábado pintei um quadrinho. Linhas tortas, preenchimento meio (pra lá de) heterogêneo e originalidade dúbia. Por teimosia minha, no domingo comecei outro. Com mais detalhes, cores, sombras e nuances, tenho muito mais onde errar. É diversão garantida para mais 2 finais de semana, tempo que preciso segurar os gastos até receber novamente. É bom pra exercitar a criatividade.

Criatividade ando tendo no novo trabalho. O chefão é australiano, o chefe direto sueco, os colegas de trabalho australianos, sul-africanos, chinês, russo e asiático (ainda não descobri de onde). A criatividade entra na hora de entender o sotaque de todos eles: "hummm, ele deve estar falando do café que eu bebi todo e não fiz mais" ou "ah, então era isso que estava ligado na tomada". Fora a diversidade cultural, a empresa é bem o perfil que estou acostumado a trabalhar - achei ótimo.

Na quinta-feira fomos, os funcionários novos, fazer um treinamento para receber o green card. Não tem nada a ver com imigração para os EUA. O "curso" consiste em passar 6 horas dentro de uma sala com outras 20 pessoas, todos homens, aprendendo que trabalhar é muito perigoso. O treinamento é obrigatório para qualquer pessoa que precise entrar em campos de obra (por isso a ausência de mulheres) e você recebe a autorização, o tal green card (que é branco), depois de aprender que é perigoso mexer em fios eletrocutados, subir em andaimes sem cinto-de-segurança, respirar solventes, aspirar cimento, soldar sem proteção e limar sem óculos, entre outros.

A intenção é boa (será?) mas fiquei com a mesma impressão que tive dos cursos que você tem que fazer para servir álcool e conduzir jogos de azar: é uma pusta máquina de dinheiro. Estes cursos custam, em média, AU$100 cada. Pegando os dados de 2003, onde a Austrália recebeu 4.5 milhões de turistas, e chutando que 1/4 desse número tenha sido de pessoas em working holidays (pessoalmente acho que a fatia é maior) temos cerca de 1 milhão de possíveis presenças nesses cursos. Eu posso ter errado a estimativa por 1 ordem de grandeza e esse ainda é um mercado de 10 milhões de dólares anuais.

Deixo vocês quatro com essa estatística.

5 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o quadro do cara admirando a menina no calçadão de copacabana. Genial.Parabéns prá Debbie.

XCondE disse...

Ah valeu mesmo hein!
FUI EU que pintei pô! os dois desse post são meus.

Anônimo disse...

Caramba, que orgulho!
Então voce é bom nisso tb!
Parabéns.

Anônimo disse...

Quem será que está "puxando o saco" da Debie?parabens, Thiago, vc está descobrindo mais uma habilidade

Anônimo disse...

vou te mandar um livro do LAN, o admirador de mulatas.

Cadê meu quadro??! tô até hoje sem trabalhar e sem sair de casa esperando o entregador!