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Várias pessoas me descrevem por uma de minhas características menos nobres: sou ranzinza. Minha sinceridade (ou falta de educação), como a do amigo MOura (só que em menor grau), às vezes passa por grosseria. Bem, como dizia o Popeye em seus momentos de brilhante inspiração poética: "eu sou o que sou e é isso o que sou".

Venho agora a vocês, leitores (mamãe e vovó), pedir ajuda para descobrir se o sucesso subiu a minha cabeça no turno do jantar de ontem. Vi, e clientes também poderiam ter visto, quando uma das raparigas responsáveis por levar pratos da cozinha para o bistrô afanou e comeu uma batatinha frita de um prato pronto para ser servido. Novato em meu posto de chefe, não querendo bancar o chato, deixei passar e fui até o bistro dar uma olhada no movimento do restaurante e acabei flagrando a moça fazendo a mesma coisa de novo.

Ela sorriu amarelo pra mim e dessa vez pedi, sério, "não faz isso". O sorriso amarelo virou uma careta horrível que dizia perfeitamente: "não fode, seu babaca, vai encher por causa disso?". Minha ascensão repentina a chefe numa indústria tão diferente da minha experiência tomou meu senso comum de surpresa. Ascensão esta que, diga-se de passagem, deve terminar assim que o colega Vanderley se recuperar de um piripaque que teve no começo desta semana.

Em outras notícias, todas as dúvidas que tínhamos em relação à masculinidade dos 3 rapazes habitantes de um dos studios no prédio em frente terminaram ontem, quando um deles desfilava pelo apartamento num modelito similar ao exibido ao lado.

A visão é horrenda e só coloquei aqui para que vocês também sintam a repugnante sensação que tive de aturar ontem, após 14 horas de trabalho. Ain't fair dinkum, mate!